Naquele dia tirou os sapatos,
os colocou no canto da sala e voou dali...
Sua janela visionária era alta e seu vôo se fez soprado.
Tinha sonhos adormecidos
e gostava de observar formigas diabéticas pela rua.
E o gosto de gostar era sal de saliva.
A língua na pele do mundo...
Deslizava,
encontrando outros tantos cantos de sala,
E em cada sala sapatos ingênuos.
[Lorranne Gomes e Leandro Caetano]