Descendo no Rio Corrente
No meio faz um remanso
De “pásso” de pena que avoa
O mais bonito é o ganso.
Corre a mão na salamoa
“Pásso” de pena que avoa
O mais bonito é o ganso!
Quando eu vejo moça bela
Meus olhos não têm descanso.
Gavião que sabe treita
Só anda de madrugada,
Quando os pintinho vai piando,
Vai dando de rabanada.
Todo osso de cavalo tem catinga de cigano!
Quando os pintinho vai piando,
Vai dando de rabanada.
Vai pegando de um a um
Até que pega a ninhada.
Ovelha morre e não berra
E cabra de um espanto grita,
Eu ainda estando mentindo
Todo povo me acredita!
Eu pisei “ni” cana verde, cana verde vai ringindo.
Ainda estando mentindo
Todo povo me acredita.
Remédio de mentiroso,
Deita o pau que ele grita!
Dou conselho aos lavradores
Que não ponha roça no assento
Que roça de beira de estrada
Não “madurece” mantimento.
Cinco é pouco, dez é nada,
Roça de beira de estrada
Não “madurece” mantimento.
Se um ladrão passa por fora
Quatro, cinco passa dentro!
É coisa que eu tenho raiva
É de mulher magra e comprida,
Que quando sai no meio da casa
Parece uma alma perdida!
O ferreiro ta batendo, chega o ferro na “tanasa”.
Quando sai no meio da casa,
Parece uma alma perdida,
Três pimenta por um vintém
Tudo isso eu tenho sofrido...
*Chula oriunda da região de Salôbro e Ponte Velha em Correntina-Bahia. Um mote, supostamente, aperfeiçoado pelo velho "Supriço", passado por Dona Zuína aos seus filhos Iremar e Balôra.
Da direita para esquerda:
Criança sentada, meu avô Aleixo Caetano, Tio Supriço e outros... (vou descobrir)
Clique e Baixe: CHULA DO RIO CORRENTE