Nos passeios empíricos por nossas ruas é que a realidade vem à tona. Enxergando corpos cada vez mais “montados”, saudamos o panteão grego com seus deuses do Olimpo – nobres e fortes – mas, sobretudo, em suas virtudes e características internas. O estereótipo olímpico é apenas alegoria desse mar de grandezas.
Recentemente, tivemos a oportunidade de acompanhar duas matérias publicadas na revista VEJA abordando esta temática. Dialogando com a fala do Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, João de Moraes Prado Neto, na primeira matéria, é notória a comum preocupação que o médico apresenta quanto à banalização das intervenções cirúrgicas, de caráter estético, no Brasil. Ainda nessa matéria, intitulada “Quando o belo ganha a máscara da plástica”, Buchalla – o autor – ressalta o caráter patológico e monótono das formas reproduzidas pelos cirurgiões plásticos.
Nessa batalha homérica, contra as rugas e formas alteradas pelo tempo, as mulheres, certamente, compõem o batalhão de frente. E são as mulheres acima de 50 anos, as que foram consultadas para uma pesquisa, publicada por VEJA, trazida pela matéria “Velhice? Fica pra mais tarde”. Ao responderem como se vêem e o que não gostam que sejam dito ao seu respeito, as consultadas desvinculam as suas imagens com as de suas mães, negam rótulos e revelam preocupação com a aparência sim. Porém, é válido ressaltar que 95% das entrevistadas colocam a preocupação com a saúde em primeiro lugar.
Logo vê-se que essa grande onda estética é fruto da natural associação do belo com o vivo, com o saudável. Concordamos com essa preocupação, porém é ordem cíclica da natureza que as pétalas das rosas caiam para que venha o novo. E a cegueira momentânea, que frustra os náufragos desse mar agitado, pode vir a ser passageira. Afinal, a onda sempre “vai e vem” e o oceano, pleno e grandioso, permanece.
Leandro C. de Magalhães
sábado, 13 de março de 2010
O Olimpo de Frustrações
O domínio psicossocial, dos padrões estéticos humanos, está cada vez mais tênue. É certo que assistimos, atualmente, a uma verdadeira confusão do que seja realmente "o belo" e do que seja "saudável". Por isso, a velha fronteira da sensatez humana encontra-se alamente fragilizada por uma busca, desorientada e frsutrante, pela beleza constante e eterna juventude.
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