quarta-feira, 27 de maio de 2009

Ur-banidade












A Cidade está inacabada.
Fomos ontem mesmo às obras brutas
e tudo parecia barro cru.

Estão sugerindo cortinas, paredes tortas e remotas.
Velhas tomadas
para abafar concretos retos. Discretos.

Somos, ao meio, divididos pelo cansaço alegre

e pela sorte de sobreviver dia por dia. Melancolia...

Onde estão os ventos rebeldes?
Nos lugares vazios?

O belo é condição dos tempos novos.
E nós? Esqueletos armados?

Mas, pelo que dizem,
a ladeira verde continuará a sua descida
e nós – pálidos de morte – viveremos até a partida.

A Cidade está faminta! Sedenta... Do quê nos alimenta?

São regras vândalas do cotidiano morno.
Com os caminhos banidos,
Sãos e Mortos até o retorno!


[Leandro Caetano e Gadiego Cieser]

Um comentário:

Gadiego Cieser disse...

Tão digno este poema...